Carlos Reis: Palavras finais sobre o Centenário
Durante um ano, transcorrido de 16 de novembro de 2021 a 16 de novembro de 2022, celebrámos o Centenário de José Saramago. O plural justifica-se: muitas pessoas, em muitos lugares e por diversas formas evocaram um escritor que, tendo nascido há um século, conta com o Prémio Nobel da Literatura como distinção máxima da sua vida literária. Com essa e com muitas outras, não sendo a menor delas a fidelidade de incontáveis leitores, em muitos idiomas, por todo o mundo.
Na minha qualidade de comissário para o Centenário, para tal designado pela Fundação José Saramago (FJS), dou testemunho da impossibilidade de mencionar tudo o que foi feito, a propósito dos cem anos do nascimento de Saramago. Essa impossibilidade traduz um facto muito impressivo: a extraordinária participação de pessoas e de instituições a que o Centenário deu lugar, em várias partes do mundo, como efeito direto do trabalho motivador desenvolvido pela FJS. Uma visita ao arquivo de eventos que consta da página da FJS dá uma ideia inevitavelmente incompleta de muito daquilo que aconteceu no ano que acabou – e quando estamos já a caminho do segundo centenário.
Isso que foi feito teve como âncora e catalisador o programa da FJS. Mas esse programa atingiu a dimensão que é conhecida, porque contou com o patrocínio, com o apoio e com a parceria de muitas entidades públicas e privadas, em Portugal e no estrangeiro. Por isso mesmo, o agradecimento que aqui deixo, como comissário, dirige-se a muitos – e ele será reiterado, por outra via, a cada um daqueles, pessoas individuais ou entidades coletivas, que deram muitos rostos ao Centenário: em escolas e em bibliotecas, no teatro e no bailado, no cinema e na ópera, em exposições documentais e em representações pictóricas, em universidades e em centros culturais, em espetáculos de rua e em conferências, na rádio e na televisão, em jornais e em revistas académicas, em livros e em concertos.
A todos estou muito grato. E não menos do que a todos, à Fundação José Saramago: à sua presidenta, aos seus conselhos de administração e de curadores, ao seu diretor e à sua equipa; e também às minhas colaboradoras diretas, Fernanda Costa e Joana Botelho. Uma gratidão que é devida pela confiança e pela ajuda que foram preciosas, para que pudéssemos enfrentar o desafio do Centenário, tendo presentes palavras de José Saramago, quando estava a nascer a Fundação de que é patrono: “Não vos peço muito, peço-vos tudo.”
Carlos Reis
Comissário para o Centenário de José Saramago