Conferência: A palavra escrita, a Mulher e a Paz
Date
08.03.2025
Schedule
Todo o dia
Cost
Gratuito
Where
José Saramago Foundation
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No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o auditório da FJS será palco da conferência «A Palavra Escrita, a Mulher e a Paz» , organizada pelo Clube das Mulheres Escritoras, com o apoio da Fundação José Saramago
(FJS).
Durante todo o dia, estarão à conversa escritoras, ativistas e artistas de várias áreas, como Alice Neto de Sousa, Catarina Sobral, Gisela Casimiro, Isabela Figueiredo, Joana Bértholo, Mafalda Santos, Pilar del Río e Sofia Branco.
O programa completo do encontro pode ser consultado aqui.
Horário: 10h às 18h
Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Sobre a conferência
Ao longo do dia, e com a participação de palestrantes de diversas áreas, propõe-se o debate sobre o poder da literatura, das narrativas e da palavra escrita como armas pacíficas e ferramentas poderosas para moldar realidades, romper preconceitos, ampliar vozes marginalizadas e promover mudanças sociais. Mas a Conferência pretende ir mais longe. De acordo com Filipa Fonseca Silva, cofundadora e porta-voz do Clube das Mulheres Escritoras, «o Clube, que nasceu para responder a uma discriminação endémica no mundo literário português, quer pôr a mulher no centro desta discussão, abrindo a conferência com uma reflexão sobre o papel particular das mulheres na construção da paz. Acreditamos que esse papel é decisivo na construção de um mundo mais pacífico».
A iniciativa conta com o apoio da Fundação José Saramago (FJS). Nas palavras de Pilar del Río, Presidente da Fundação, «Ao longo da história tem sido da mulher a mão que segura a pena, ainda que sejam masculinas as assinaturas dos livros que integram a Biblioteca Universal. Elas sustentavam o mundo, cuidavam da casa, alimentavam com o seu peito e com o seu trabalho comunidades a que chamavam de lar, mas não escreviam Antígona, A Divina Comédia, Dom Quixote de la Mancha, Sonho de uma Noite de Verão, Guerra e Paz ou Madame Bovary. Elas não escreviam, esse dom pertencia, segundo critérios canónicos, a outros destinatários, mas liam e conservaram o hábito de ler fosse em papiros ou volumes impressos quando estes por fim surgiram. A Biblioteca Universal é coisa de mulheres, rendamos homenagem às leitoras que conservaram e conservam o monumento da criação literária. Hoje, no mundo ocidental, não em todo o lado, é verdade, porque há lugares onde as mulheres devem permanecer de corpo coberto e ideias aprisionadas, elas, as mulheres, demonstram que o direito a escrever não é coisa de género, que homens e mulheres podem contar, contar-se e contar-nos sonhos, mundos, analisar e perspectivar. No dia 8 de Março, tudo isto se demonstrará: mulheres escritoras e mulheres leitoras, literatura construída com todas as mãos, o mundo perfeito tão desejado ao longo do tempo.»