A Sangue Frio Editores (Lisboa, 2012) escolheu Gigi de Sidonie-Gabrielle Colette como a primeira obra literária a editar pelo compromisso de “padrão de qualidade” e “marca de literatura de confiança” assumido na Nota dos Editores, acrescido do facto de ser uma tradução de José Saramago. “A escolha de Gigi foi feita sem hesitação – não apenas pelos fascinantes quadros descritivos de Colette, mas também e particularmente, porque estes nos são oferecidos pela tradução do escritor e Nobel da Literatura, José Saramago”, refere a ainda Nota de Editores.
Gigi foi inicialmente publicado pela Estúdios Cor, na Colecção Latitude, em 1958 numa tradução de José Saramago que, à época, se dedicava intensamente à actividade de tradutor. Entre finais dos anos 50 e os anos 80, Saramago traduziu cerca de 60 títulos de, entre outros, Tolstoi, Jean Cassou, Gabriel Audisio, Guy de Maupassant e André Bonnard, além de Colette de quem Saramago também traduziu Chéri e A Gata. Alguns destes títulos encontram-se na exposição permanente A Semente e os Frutos na Fundação José Saramago, no 1º andar da Casa dos Bicos. No núcleo “Formação”, o curador Fernando Goméz Aguilera incluiu algumas das traduções de Saramago como Chéri, Anna Karenina, Mademoiselle Fifi(recentemente publicado pela Relógio d’Água), por considerar este período muito relevante na produção literária de Saramago.