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Carlos Reis: “Ler Saramago”

Um dos eixos escolhidos para o programa do Centenário de José Saramago é o da leitura. Por razões óbvias. Tão óbvias que dispensam circunlóquios justificativos.

Digo apenas isto: celebrar um escritor é promover a sua obra, reforçar os movimentos de receção que ela potencia, olhar e antecipar o futuro da sua leitura. Esse futuro, com perdão pela obviedade, está nos jovens, ou seja, naqueles que, já agora e nas próximas décadas, são e hão de ser leitores de José Saramago.

O programa do Centenário inclui uma ação a que chamámos “Leituras Centenárias”, destinada a alunos do Ensino Básico. Inicialmente pensada, sem rigidez, para os alunos que, no seu trajeto escolar (tipicamente, no quarto ano), leem “A Maior Flor do Mundo”, as “Leituras Centenárias” podem ser alargadas, de acordo com o que cada escola entender, a outros anos do Ensino Básico. As orientações que regem as “Leituras Centenárias” foram já divulgadas (encontram-se aqui) e trazem consigo o propósito de criar, no dia 16 de novembro, data da abertura do Centenário, uma corrente de leituras, em simultâneo (às 10 horas), em muitas escolas de Portugal e também de Lanzarote. Já nesse momento e depois dele, cada escola dará à sua leitura centenária, a difusão que entender, sendo certo que as redes sociais são, hoje em dia, um instrumento poderoso para que aquela difusão se efetive.

Exatamente um ano depois da abertura do Centenário, a 16 de novembro de 2022 (quando Saramago completaria 100 anos), as “Leituras Centenárias” voltarão, então com estudantes do Ensino Secundário.

Carlos Reis
Comissário para o Centenário de José Saramago